domingo, 22 de fevereiro de 2009

TÉCNICAS: TÊMPERAS

Apostila sobre a técnica têmpera
Nessa apostila falamos sobre o uso da técnica e suas particularidades, dando várias dicas sobre o modo de pintar e o material a ser usado. (Imagem de P. Cadmus, têmpera s/ tela)

ETIMOLOGIA
De temperare (latim/italiano), que quer dizer misturar, juntar (origem mesma da palavra tempero). Assim, de certa forma, todas as tintas são tipos diferentes de têmperas.

DEFINIÇÃO
Quando a tinta é fabricada, existe um veículo[1] cujas características definem o tipo de tinta com que trabalhamos: óleo[2], guache, aquarela, acrílica.
De acordo com a nomenclatura usada atualmente, excluindo a aquarela, "a pintura a têmpera engloba todos os processos de pintura em cujo aglutinante[3] seja solúvel em água"[4].
No que hoje chamamos têmpera, por sua vez, há a utilização do pigmento branco, sendo a opacidade - e não apenas as transparências, como acontece na aquarela[5] - uma de suas propriedades, podendo ser aplicada em suportes com fundos coloridos. O próprio guache é um exemplo comum de têmpera, composta por goma arábica e mel ou glicerina (utilizados para aumentar a plasticidade da tinta).

CARACTERÍSTICAS VISUAIS DA TÊMPERA
A diferença visual entre a têmpera e a pintura a óleo é bastante observável: a têmpera é mais opaca e luminosa e os tons escuros são menos profundos. No óleo os tons mais escuros são bastante profundos e as transparências dadas pelas velaturas mostram-se muito maiores do que as conseguidas com as têmperas. Isso acontece porquê o óleo de linhaça tem um índice de refração alto e os aglutinantes das têmperas não.
O pigmento da têmpera seca e reflete a luz em todas as direções. Já o pigmento da tinta a óleo está mergulhado em um ambiente de densidade diferente – o óleo – que não seca, mas oxida, e reflete a luz de uma forma diversa pois possui um índice de refração[6] mais alto. Os aglutinantes das têmperas (cola de cartilagem, vinílica, ovo, etc) têm índices de refração desprezíveis. Eles fixam o pigmento ao suporte por meio de gotículas. Quando a água seca, os pigmentos ficam cercados pelo ar, a tinta fica opaca e o acabamento acetinado.

EXEMPLOS DE TÊMPERAS
Temos como exemplos da pintura a têmpera feita com colas vegetais ou de cartilagem as pinturas rupestres, as egípcias, os murais de Herculano e Pompéia (cidades romanas situadas na hoje província italiana de Nápolis).
No medievo, temos os retábulos bizantinos dos séculos X e XI, pintados à têmpera sobre folhas de ouro (policromia sobre ouro), aplicadas como fundo. O ouro realçava as cores opacas, que adquiriam algum reflexo quando aplicadas sobre o fundo brilhante.
Ainda na Idade Média (por volta do sec XII) os iluminadores de escrituras já aplicavam as técnicas de têmpera utilizando substâncias parecidas com a goma arábica, pois tinham como aglutinante a cola vegetal da cerejeira ou ameixeira[7].
Mais tarde, com a adição de materiais oleosos, resinosos ou cera, a técnica da tradicional têmpera a ovo foi sendo modificada e substituída por têmperas que apresentavam brilho, como as pinturas flamengas do século XV e as pinturas de Antonello de Messina (pintor italiano de influência flamenga), até o momento em que a pintura a óleo reinou absoluta e as têmperas passaram a ser mais utilizadas para estudos do que para obras “acabadas”, caindo no desuso até poucas décadas atrás.

O VEÍCULO
Os veículos da têmpera são emulsões[8] que, quando secas, formam películas transparentes e quando molhadas têm uma aparência leitosa, causada pela refração e dispersão da luz através da água que envolve os glóbulos oleosos e pigmentos.

VANTAGENS DA TÊMPERA
> O médium da têmpera, após sua secagem, torna a tinta praticamente insolúvel para que possa haver sobrepinturas com mais têmpera ou com médiuns de óleo ou verniz.
> A pintura à têmpera pode ser muito durável se conservada em ambiente sem umidade excessiva. Quando há umidade, as diversas partículas que compõe a pintura se movem desordenadamente, causando o fenômeno do deslocamento e da desagregação, que pode acontecer também na pintura a óleo. Isso ocorre principalmente quando o aglutinante é pouco elástico[9].
> Rápida secagem
> Aspecto fosco
> Cores vibrantes
> Permanência da cor: na têmpera, a película de tinta não amarelece com o tempo, como acontece com as tintas a óleo, médium que acaba dando um tom amarelado à pintura com o passar dos anos. Na pintura finalizada há quantidade insignificante de aglutinante, o que não altera a cor do pigmento.

AS CAMADAS PICTÓRICAS NA TÊMPERA
> Em relação às camadas de tinta, não é necessário prestar tanta atenção quanto na pintura a óleo, onde alguns pigmentos são mais oleosos que outros e podem não reagir bem caso sobrepostos. No entanto, a regra de flexibilidade das camadas deve ser respeitada: a camada de cima deve ser sempre mais flexível que a de baixo.
No caso das têmperas, a camada de cima não pode ter mais aglutinante que a camada de baixo, pois a contração da camada mais forte pode provocar o rompimento da camada inferior. Dessa forma, para que a pintura não corra o risco de descascar, é sempre melhor pecar pela menor quantidade de aglutinante do que por seu excesso.
> Caso a pintura quando finalizada ainda desprenda muitos pigmentos, será sempre possível aplicar uma camada fina do mesmo aglutinante utilizado na feitura da têmpera.
> Não se deve usar coberturas pastosas, com muito aglutinante, sobre uma camada já muito espessa.
> Deve ser dada preferência às aguadas sobre as camadas mais grossas ou à sobreposição de camadas finas e aguadas.

PIGMENTOS
> Quando os pigmentos não aceitarem muito bem a mistura com a água devemos adicionar a eles algumas gotas de álcool no momento da mistura, para que tornem-se miscíveis.
Cores como o branco de chumbo, vermelhos de chumbo e os cromos devem ser evitados por terem suas cores alteradas rapidamente principalmente em locais muito poluídos, pois sofrem ação de gases sulfurosos. Também os pigmentos artificiais, derivados do carvão de pedra ou do petróleo, chamados toluidinas não são bons por serem muito sensíveis à luz.

RACHADURAS
> Caso a tinta a têmpera seja mal feita, ela racha imediatamente, ao contrário do óleo. Isso geralmente acontece quando o pintor não prepara o fundo de forma adequada ou quando coloca um excesso de aglutinante na feitura da tinta, como descrito acima.

POLIMENTO
> O polimento na pintura a têmpera pode conferir ao trabalho uma aparência de semi-brilho, utilizado com um bom resultado na têmpera a ovo. Para isso é preciso polir a superfície da pintura com um pano macio, um chumaço de algodão absorvente ou uma escova macia. A pintura deve estar bem seca para isso. Pode-se também encerar a superfície com uma boneca de pano. Alguns pintores realizam esse processo antes de trabalhar com velaturas de óleo ou verniz por cima da têmpera.

TÉCNICAS VARIADAS VISANDO OUTROS TIPOS DE ACABAMENTO
> Encontramos muitas pinturas a têmpera medievais envernizadas, mas o verniz tira da têmpera a característica de cobertura fosca. O que é possível e pode dar um resultado surpreendente é a mistura da têmpera a base de água com uma tinta a óleo, por exemplo, trabalhando em duas camadas: a base de água por baixo e a base de óleo por cima, após a secagem da primeira camada. O interessante seria tirar partido dessa técnica, deixando partes da pintura foscas e outras brilhantes, com tons escuros mais profundos e, é claro, utilizando velaturas com o óleo no decorrer do processo.

SUPORTE
> Deve ser um suporte rígido, para que a têmpera não rache – madeiras como o álamo e o carvalho são madeiras nobres para tal uso – mas, para estudos podemos utilizar compensados ou mesmo o MDF lixado, para que tenha aderência ao preparado do fundo (o eucatex não é recomendado por soltar vapores ácidos que constituem a encolagem do próprio material).
> O suporte rígido também pode ser revestido de uma lona fina de algodão (lona 12) ou de linho, tecido cuja elasticidade é mínima, desde que esse seja colado ao suporte, para que não haja trabalho do material. Essa opção pode ser interessante para os guaches e têmperas que podem ser utilizadas de forma mais espessa, pois o artista pode tirar partido da textura do tecido.
> O papel também pode ser uma boa escolha, especialmente os de alta gramatura, mas não suporta camadas muito espessas.

PREPARANDO O FUNDO
Para uma boa aplicação das tintas a têmpera, o fundo deve ser absorvente. Para isso é recomendável a preparação do mesmo com gesso cré.

Material:
> 200 gr de Gesso crê (que é o carbonato de cálcio artificialmente preparado)
> 250 ml de Cola Vinílica (Cascorez)
> 100 gr de Óxido de zinco (que serve como fungicida e branqueador)
> Acrescentar água na medida em que se faz a mistura. A consistência deve ser parecida com a de uma tinta tipo Metalatex.
> fungicida

Obs: Para obter um fundo mais absorvente, diminuir a quantidade de cola em até 100 ml.
Se ao final da preparação o desejo for um fundo ainda com menor absorção, é recomendável adicionar a essa cobertura uma camada fina de cola PVA diluída em água. É interessante observar que esse procedimento pode ser feito após o traçado do desenho, para que ele não se dissolva contra o fundo no momento da aplicação das tintas. Caso haja algum tipo de traçado, o ideal é fazê-lo de forma leve com um lápis muito macio que não fira o fundo e não borre a superfície.
É aconselhável, para fundos coloridos, aplicar a mistura de gesso e cola pura em uma primeira camada e, a seguir, adicionar à mistura inicial o pigmento com o qual se quer colorir o fundo, aplicando uma segunda cobertura.
O valor da cor de fundo deve ser pensado de acordo com o objetivo do pintor. Para aqueles que querem tirar maior partido da translucidez e das velaturas (caso estejam trabalhando com a têmpera a ovo e óleo), aconselha-se um fundo mais claro, em tom pastel.


PREPARANDO A TÊMPERA

TÊMPERA VINÍLICA
Esse tipo de têmpera é muito resistente e de certa forma fácil de usar. Seu acabamento é mais fosco e aveludado do que a têmpera a ovo e, ao secar, ela torna-se totalmente impermeável, podendo ser retocada com tintas a óleo ou têmpera a base de ovo e óleo.

Aglutinante:
Em um pote de vidro tampado colocar cola vinílica (PVA - *Cascorez) diluída em água até que fique em consistência de xarope. No mesmo recipiente entornar um filete de óleo de linhaça stand (pouca quantidade) e algumas gotas de própolis ou óleo de cravo (que funcionam como fungicidas). Agitar bastante a emulsão, para que o óleo fique nela disperso. O óleo é aqui utilizado para que a têmpera não seque depressa demais.

Pigmentos:
Utilizar o pigmento em pó ou
> moer os pigmentos em água destilada para que fiquem com consistência parecida com a da tinta a óleo em tubo
> colocá-los em frascos pequenos e muito bem tampados (de rolo de filme são bons, especialmente se as tampinhas forem revestidas com uma camada de papel filme)

Mistura:
Na hora de utilizar, misturar os pigmentos com o aglutinante e acrescentar água para diluir mais a tinta.

TÊMPERA A OVO
A têmpera a ovo é a mais antiga das emulsões de têmpera, tendo como veículo a gema - composta por solução de água e goma, albumina[10] e lecitina[11]. A cor amarelada da gema em nada prejudica as cores quando misturada aos pigmentos e à água. Alguns afirmam que ao secar ela é clareada com a luz do dia. O ideal é usar ovos frescos, já que esses custam mais tempo para se decompor.

Aglutinante:
Ø Separar na mão a gema de ovo (é importante tirar todos os traços da clara)
Ø Passar a gema de uma mão para outra, secando as mãos alternadamente em papel absorvente para que o resíduo da clara seja mínimo
Ø Furar a gema com uma faca, deixando que ela escorra para um recipiente limpo
Ø Adicionar um fungicida > gotas de própolis

Pigmentos:
Utilizar o pigmento em pó ou
> moer os pigmentos em água destilada para que fiquem com consistência parecida com a da tinta a óleo em tubo
> colocá-los em frascos pequenos e muito bem tampados (de rolo de filme são bons, especialmente se as tampinhas forem revestidas com uma camada de papel filme)

Mistura:
> Colocar uma parte de gema para uma parte dessa mistura de pigmento moído em água ou em pó (depende da opção do artista). Pode-se medir essas quantidades com colheres.
Observação: depois de misturados à gema, a tinta dura no máximo uns três dias (dependendo das condições de temperatura) e não pode mais ser guardada. Por isso - e também porquê fica fácil medir a mistura com a gema na hora da pintura - autores como Ralph Mayer aconselham moer o pigmento em água destilada e reservá-lo.
É recomendável, na hora da utilização, molhar um pouco as tintas e colocá-las em pequenos recipientes que possam ser tampáveis, pois a tinta seca muito rápido. Há paletas plásticas com recipientezinhos, que podem ser recobertas com um pano úmido para dificultar o endurecimento da tinta e a formação de uma película sobre ela.

NA HORA DE PINTAR
A têmpera a ovo deve ser bastante fluida, ou seja, misturada com bastante água. O pincel deve estar sempre mergulhado em água para que não endureça e se estraguem as cerdas.
Quando as quantidades de gema e de pigmento estão bem medidas pode-se adicionar a quantidade de água que se precisar à mistura.
Para superfícies lisas preparadas com gesso e cola, podem ser utilizados pincéis de marta, de aquarela ou de marta vermelha misturada ao pêlo de boi, já que esses últimos são mais elásticos. Os pincéis devem ser, como os de aquarela, redondos e de ponta que se afina.

CARACTERÍSTICAS DA TÊMPERA A OVO
A têmpera a ovo produz uma tinta translúcida e fluida quando comparada ao guache. Ela não é boa para películas pastosas e opacas, como é o guache, e espera-se que sua aplicação seja mais aproximada de um procedimento que utilizamos na aquarela: as pinceladas devem seguir uma direção e não serem esfregadas sobre a superfície. Além disso, devemos esperar a camada inferior secar para passar uma outra camada de tinta, evitando assim efeitos turvos. Mesmo utilizando os brancos há uma translucidez nas camadas, que deve ser aproveitada como parte importante da técnica e que devemos objetivar como resultado.
As hachuras são tradicionalmente o método mais utilizado nas têmperas, mas nada impede que cada artista busque sua expressão ideal com esta técnica. Pinceladas aguadas ou grandes podem ser feitas, sempre respeitando o fundo, que deve estar seco o suficiente para receber a aplicação da camada.
A têmpera a ovo é uma técnica que exige meticulosidade e cuidado extremo, além de muita paciência.

TÊMPERAS COM EMULSÕES DE ÓLEO E OVO
Quando há adição do óleo stand[12] (óleo de linhaça) ao ovo, o médium começa a ter propriedades da tinta a óleo. Essa técnica é muito boa para o artista que busca pinceladas com a fatura mais definida e com um pouco de empaste, além de produzir camadas veladas. No entanto, o empaste dado por essa técnica não é tão eficiente quanto o de uma têmpera de goma, como é o caso do guache.
Esse tipo de têmpera deve ser preparada com cuidado redobrado, pois muitas vezes se isso não é feito o médium pode se estragar facilmente.
Ralph Mayer aconselha a utilização não só da gema, mas do ovo inteiro no preparado dessa têmpera, pois defende que os preparados apenas com as gemas apresentam maiores problemas[13]. Segundo o autor, a gema e a clara devem ser adicionados porque a clara do ovo propicia uma emulsificação melhor com o óleo.
Nesse tipo de têmpera deve-se respeitar a “lei da ancoragem”, sendo aplicadas camadas mais gordas (com mais óleo na emulsão da têmpera) sobre camadas mais magras. Isso pode ser feito adicionando gotas de óleo à tinta preparada.

Aglutinante:
1 parte de ovo inteiro
4 partes de água pura destilada
1 parte de óleo de linhaça (óleo stand)
Fungicida > gotas de própolis

Essa solução deve ser bem agitada após o ovo e o óleo serem misturados completamente. Recomenda-se que ela seja feita sempre em partes pequenas, para que fique bastante homogênea.
Pigmentos e mistura:
> moer e misturar os pigmentos secos nessa solução, para que a quantidade de água seja inalterada e se mantenham as proporções, pois disso depende o sucesso desse tipo de têmpera.

Solvente: aguarrás, faísca, ecosolv (da Acrilex - pouco agressivo e quase inodoro) ou terebentina (não indicado por ser muito tóxico)

REMOÇÃO DAS TÊMPERAS
Como remover a pintura a têmpera: esfregar o suporte com água e sabão neutro ou amoníaco (nesse processo, o fundo também será dissolvido)

> por MarthaWerneck em 2007/1


BIBLIOGRAFIA

MAYER, Ralph. Manual do Artista. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MOTTA, Edson. Iniciação à Pintura por Edson Motta e Maria Luiza Guimarães Salgado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1976
NERY, Aurélio Cardoso. Cozinha da Pintura. Apostila de setembro de 1994.
Anotações pessoais da autora
Internet: links especificados no decorrer do texto.


[1] Veículo: líquido que dá a característica à tinta no momento da preparação da mesma. Utilizado como transporte de pigmentos (alguns autores utilizam o termo como sinônimo de médium)
Médium: substância que caracteriza a técnica (mantém propriedades adesivas, de aglutinação e de formação da película) sem a presença do pigmento.
Observação: a carga é um elemento inerte que, adicionado à mistura do pigmento com o aglutinante torna a tinta mais espessa e diminui a concentração do pigmento. Geralmente as tintas mais baratas possuem mais carga. Elementos utilizados como carga são o carbonato de cálcio, sulfato de bário, talco, pirofilita (Silicato de alumínio hidratado) etc. (http://www.oswaldopullen.com/html/de_que_e_feita_a_tinta_.html)
[2] A técnica a óleo, inventada no século XIV é o desenvolvimento de técnicas a têmpera.
[3] Aglutinante: Substância utilizada na composição das tintas para dar coesão aos pigmentos, de forma que resulte factível sua aplicação sobre a superfície a ser pintada.
[4] MOTTA, Edson. Iniciação à Pintura por Edson Motta e Maria Luiza Guimarães Salgado. Rio de Janeiro, Nova Fronteira. 1976, p. 13.
[5] A aquarela é considerada um tipo de processo independente simplesmente porquê não há a utilização do pigmento branco na mecânica e lógica de obtenção de cores, dadas pela sobreposição de camadas translúcidas sobre um fundo - geralmente branco - que funciona como a parte mais clara da composição.
[6] A mudança de refração é um fenômeno que ocorre quando a luz passa de um meio a outro. Há mudanças em sua velocidade, comprimento de onda e em sua direção de propagação. Na refração a única grandeza física que se mantém é a freqüência.
[7] espécie de goma que escorria dos galhos dessas plantas, podendo ser liquefeita quando esquentada, depois coada e misturada aos pigmentos.
[8] Emulsão: mistura estável de um líquido aquoso com substância oleosa, gordurosa, cerosa ou resinosa. As emulsões são misturas de dois ou mais líquidos imiscíveis onde um é denominado fase dispersante e o outro fase dispersa (que se encontra na forma de pequenas gotas)(...)Uma emulsão clássica é aquela na qual uma das fases é a água e a outra é um líquido oleoso.
Os aglutinantes e médiuns polímeres são tipos de emulsões: na emulsão acrílica os polímeros acrílicos são emulsionados com água). (http://pcserver.iqm.unicamp.br/~wloh/exp/exp2/exp2.htm)
[9]A caseína (do latim "caseus", queijo), por exemplo, é um aglutinante pouco elástico utilizado em têmperas. É uma proteína que existe no leite, muito uitilizada na produção de alimentos derivados dele e também para fazer colas e plásticos. Já a gema de ovo pode ser utilizada como aglutinante para a têmpera (têmpera a ovo), que torna a tinta mais elástica, menos quebradiça que a têmpera a caseína.
[10] Albumina: proteína que é coagulada pelo calor (quando o ovo é cozido, ele solidifica por causa da albumina). Essa propriedade é que faz que o veículo feito com a gema também se solidifique quando esta é diluída e espalhada em uma camada fina.
[11] Substância gordurosa que estabiliza a emulsão.
[12] óleo de linhaça polimerizado ou óleo stand: estado condensado ou polimerizado do óleo de linhaça ("stand oil" ou "polymerized oil"). Para tornar-se um stand oil, o óleo de linhaça passa por um processo onde sofre aquecimento do óleo a 280-310 ºC ao abrigo do ar, o que favorece a polimerização sem provocar o aparecimento das cetonas insaturadas. Durante o processo de secagem absorve menos oxigénio do que o óleo natural. A menor quantidade de oxigénio que fica a fazer parte da estrutura polimérica deve ser responsável pela maior longevidade do filme formado. Durante a secagem, o aumento de volume é menor, o que diminui a tendência a estalar e se rachar. (http://ciarte.no.sapo.pt/material/ligantes/oleo.htm)
[13] MAYER, Ralph. Manual do Artista. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p 298

10 comentários:

Luis Fernando Mizutani disse...

Marta, o blog de vocês está muito bacana. Contudo sugiro que divida conteúdos como estes em mais de um post. Com certeza mais usuários irão ler e seu blog terá maior audiencia.

Abraço

Anônimo disse...

Marta, amei o seu blog. Aprendi muita coisa que não coseguia compreender na leitura de livros(estou cursando o móduloII de Artes Visuais),foi de grande ajuda.
Obrigada,
Carminha
11 de setembro de 2009 19:45

liliart disse...

Obrigada pelo Blog!Indicarei para meus colegas do curso de Restauração de bens culturais e patrimoniais que faço na FAOP em Ouro Prêto.Espero que vs continuem desenvolvendo outros temas relativos a Arte,concedendo-nos a oportunidade de aprender ou esclarecer determinadas particularidades que há muito queria elucidar.E foi simples assim... Parabéns a vocês pelo belíssimo trabalho! Grande abraço!,Lílian Araújo F.

Anônimo disse...

Eu ameiii o blog foi uma ajuda e tanto mas eu gostria de saber um Aglutinante usado para Afresco pois não acho eu preciso disso até hj às 21:00 espero que possam me ajudar ! Bye bye

Anônimo disse...

...

Anônimo disse...

Pessoal. Muito obrigado pelo texto. Foi de grande utilidade para meus trabalhos
Gian

Ulisses Júnior disse...

Oie.. Sei que já é tarde para responder, mas, pode ser a dúvida de outra pessoa. O afresco nao tem um aglutinante em si. A própria massa - úmida - funciona como aglutinante para a tinta. Espero ajudar alguém! Abçs.

Anônimo disse...

Ajudou Ulisses Júnior! Obrigada.

Schimidth disse...

Onde posso adquirir os pigmentos específicos para têmpera? Grato.

Schimidth disse...

Aqui no Rio de Janeiro?